Em seu primeiro disco em carreira solo, François Muleka convida as palavras para uma dança fascinante. Uma canção sobre a espera do filho ou sobre a viagem dos sonhos ganha dimensões mais profundas a cada nova frase cantada. 

O baile conduzido pelo cantautor ganha ainda mais movimento através das notas e harmonias que fluem livremente entre diferentes ritmos. 

Jazz, samba e até mesmo a música experimental se interligam através de uma assinatura única criada por Muleka. Uma assinatura difícil de descrever, mas fácil de sentir e identificar.

Para quem gosta de: Luedji Luna, Chico César e Lenine

Melhores faixas: Calamassada, Cânfora e Dois Alis Se Amando Mesmo

O brega e o indie pop podem estar mais próximos do que se imagina. Embora alguns não gostem de admitir, Duda Beat escancara essas conexões em sua estreia com Sinto Muito.

Batidas eletrônicas e volumosos sintetizadores se unem à voz da cantora para propor outra perspectiva sobre a desilusão. Tema que surge como principal combustível para composições de fácil identificação. 

Combinação poderosa e responsável por catapultar a trajetória musical da artista pernambucana.

Para quem gosta de: Marina Sena, Rachel Reis e Liniker

Melhores faixas: Bédi Beat, Bolo de Rolo e Bixinho

Dentre tantas qualidades, um dos maiores destaques de Buracos ao Chão e encontrar um raro equilíbrio entre o hermético e o urbano. Entre o metafísico e o concreto.

A partir de bases econômicas e soturnas, Síntese e Ingles revezam no comando de um dos exemplares do abstract rap nacional.

São versos marcados pela urgência em dar vazão a dúvidas e reflexões diante de um cenário em que respostas não são uma garantia.

Para quem gosta de: Pecaos, Servo, Kamau e Rodrigo Ogi

Melhores faixas: Equação, Tempos de Desertos e Buracos ao Chão

O grande trunfo da PLUMA é a capacidade de criar músicas com um forte apelo pop, sem negligenciar a técnica e a prática.uma interessante combinação entre o jazz, o pop e a psicodelia. 

Uma mistura que, em desequilíbrio, poderia tornar qualquer sonoridade enfadonha e pretensiosa. Mas não é esse o caso do som da PLUMA.

Em canções que abordam a fragilidade das relações em um cenário urbano, temperar os arranjos com tempos quebrados e cromatismos até que cai bem. É charmoso.

Para quem gosta de: Walfredo em Busca da Simbiose, Pelados e Crumb

Melhores faixas: Mais uma Vez, Não Leve a Mal e Corrida!

Jonah Yano não consegue conter em si seu sentimentos. Emoções que transbordam em canções de uma delicadeza particular.

Em portrait of a dog, a forte carga emocional surge logo nos primeiros segundos, acompanhado por uma rica produção, em parceira com os canadenses do BADBADNOTGOOD.

São faixas que reforçam o caráter orgânico dos sentimentos, ao abordar temas como pertencimento e relações humanas,  através de um uma sensível combinação de jazz, R&B e Indie pop.

Para quem gosta de: Tobias Jesso Jr, Tim Bernardes e Rex Orange County

Melhores faixas: call the number, so sweet e portrait of a dog

O amor derrete em ritmo lento no segundo disco de Papisa. E derrete no sentido mais literal da analogia. Ao longo das 12 faixas, o conceito de amor é destrinchado até se tornar fluido.

A cantora compartilha amores e lembranças tendo como pano de fundo um cuidadoso cenário sonoro composto por guitarras marcantes e baterias nostálgicas.

Embalada pelo Indie, o R&B e o pop psicodélico, Papisa constroi um retrato vulnerável e realista da vida a dois, preservando em todo momento as cores e texturas de cada fase dessa experiência.

Para quem gosta de: Tagua Tagua, Bruna Mendez e Luiza Lian

Melhores faixas: Amor Delírio, Vai Passar e Apesar

Antes de dar play, aperte o cinto. O primeiro disco cheio do grupo alemão é simplesmente atordoante. Poucos são os momentos em que o som do trio abre espaço para um respiro.

Embora seja uma formação clássica, ainda nos espantamos com a potência que existe no encontro entre piano, baixo e bateria. A cada nova faixa, somos surpreendidos por uma energia visceral que percorre o jazz, o soul e o hip hop.

Toda essa energia não descarta o extremo cuidado que os músicos colocam em cada arranjo do disco. Um trabalho que consegue ser explosivo e complexo na mesma medida.

Para quem gosta de: Mark Guiliana Quartet, Vulfpeck e Yussef Dayes

Melhores faixas: GREEN LIGHT, TILL TOMORROW e PUSH