O que dizer de uma banda que consegue encaixar nove faixas em apenas 15 minutos?

Catiça é explosivo, grosseiro, obtuso e exatamente por esses motivos, cativante.

Drive na guitarra, no baixo, na voz. O hardcore se encontra com o nu metal em um disco fumegante marcado por canções velozes e brutais.

Para quem gosta de: Sugar Kane, tapete tapete e Limp Bizkit

Melhores faixas: Gabipiru, Pedro Rockfeller e Sem Noção

Cenas surreais, fluxos de pensamento e o despertar da consciência fazem parte do universo que Tori explora no primeiro disco de sua carreira.

Com uma produção cuidadosa, a sergipana mantém apenas o essencial em seus arranjos, abrindo espaço para reflexões profundas sobre seu lugar no mundo, sua existência e a sua relação com tudo o que há em volta.

Entre a MPB, o Indie e uma psicodelia silenciosa, Tori se revela a partir de reflexos e frestas que se abrem a cada nova canção.

Para quem gosta de: Bruno Berle, Dora Morelenbaum e Luiza Brina

Melhores faixas: Travessias Maiores, Eco e Descese

Músicas para dançar sob a luz indireta do sol. Em seu segundo disco de estúdio, o grupo paulistano se aprofunda no synthpop, explorando novas nuances e diálogos com outros ritmos, como o neo-soul e a psicodelia.

Linhas de baixo marcantes, baterias precisas, samples e recortes sonoros trazem a produção para um cenário definitivamente contemporâneo e urbano.

Essa luz indireta também se manifesta em letras que passam por investigações existenciais e relacionamentos modernos, a partir de uma ótica realista.

Para quem gosta de: Gab Ferreira, Terno Rei e Bistrô

Melhores faixas: AZUL/VERMELHO, SOLAR e TROPICAL 08

Obra absoluta do jazz japonês. Embora não tenha recebido grande repercussão na época do lançamento, Scenery segue crescendo em importância ao longo dos anos.

Prestes a completar 50 anos, o disco de estreia do pianista segue como referência, tanto pelo seu primor técnico quanto pela sonoridade atemporal e vivaz.

Não espere por minimalismos e sutilezas. Ryo Fukui arrebata o ouvinte em peças vivazes, mas não menos precisas.

Para quem gosta de: Herbie Hancock, Kan Sano e Miles Davis

Melhores faixas: Early Summer, It Could Happen To You e Scenery

Fazer rock e, ao mesmo tempo, transmitir um frescor é tarefa difícil. Mas, Sophia Chablau transforma isso em diversão a cada projeto que se envolve. Com o Besouro Mulher não é diferente.

O ritmo enérgico e os timbres distorcidos do grupo paulistano são o cenário ideal para letras que não precisam de muito para cativar o ouvinte.

São canções que não se desviam de temas delicados como o perdão, os relacionamentos e a linguagem, mas sempre encontrando novos caminhos para isso. E nisso consiste toda a elegância torta de Volto Amanhã

Para quem gosta de: Ana Frango Elétrico, Tangolo Mangos e Clara Bicho

Melhores faixas: Torresmo, Seus Vazios e Pão Francês

É incrível notar a forma como Grandeza nos transporta para um ambiente completamente diferente, contemplativo e enigmático.

De essência atmosférica, Sessa evoca diferentes sensações tendo o violão de nylon e os batuques do atabaque como principais aliados, criando uma sonoridade que flutua entre a MPB e o afoxé.

No decorrer de 12 faixas, o cantor se revela aos poucos, em canções artesanais e herméticas.

Para quem gosta de: Zé Ibarra, Jadsa, Wax Machine e Rogê

Melhores faixas: Flor do Real, Dez Total (Filhos de Gandhy) e Tanto

Com a consistência de uma maratonista, Febem segue forjando um estilo próprio, unindo papo reto e deboche para criar uma voz cada vez mais original. 

Sem se deixar levar por trends ou hype, o novo disco é um refinamento do que se tem de mais interessante no som do rapper: ser ele mesmo.

Como resultado deste esforço de autenticidade, Abaixo do Radar nos apresenta algumas das melhores composições de Febem, como “Obrigado Mainstream” e “Mais Um Dia”, faixa já consagrada como um clássico recente.

Para quem gosta de: Fleezus, Sain e 2ZDinizz

Melhores faixas: MAIS UM DIA, ABAIXO DO RADAR E SUPER HIP-HOP