Entre as opções sugeridas no título do seu mais recente EP, Killa Bi escolhe ficar com as duas definições. Neste contraste, a rapper apresenta um retrato profundo e pessoal de seu cotidiano.

A produção cuidadosa é responsável pela atmosfera densa que percorre o trabalho. Com bases econômicas, a potência dos versos ganha destaque, passando por temas como pertencimento, trabalho, escolhas e família.

De certa forma, o registro funciona como uma autoavaliação sobre os caminhos que a levaram até o momento atual.

Para quem gosta de: Matheus Coringa, Servo e Bonsai

Melhores faixas: Querosene, Bala y Fogo e É Complicado

O grupo paulistano traz a percussividade para o centro do espetáculo que é seu primeiro e único álbum.

Cheio de personalidade, a banda convida o ouvinte a explorar o território do afrobeat, a partir de uma proposta profunda.

Gingo avança em relação à sonoridade de outros grupos do gênero ao incorporar novas sonoridades, como a música latina e a improvisação, como elementos que enriquecem o disco e reforçam sua força criativa.

Para quem gosta de: Bixiga 70, Curumin e Lello Bezerra

Melhores faixas: Malagueta, Carbonara e Asquerosa

Irmão Victor faz jus ao título cortaziano de seu segundo disco. O realismo mágico toma conta da atmosfera através das guitarras instáveis, da voz curiosa e poesia imprevisível.

Tendo a ironia e a imaginação como aliadas, o músico gaúcho se diverte ao perverter regras, arranjos e temáticas.

São canções que invadem o cotidiano sob uma ótica surreal, criando novas possibilidades para um cenário, até então, apático. O resultado é um colorido pouco usual, mas realmente

fascinante.

Para quem gosta de: Vovô Bebê, tigre robô e Ana Frango Elétrico

Melhores faixas: Canção para Minha Chaleira Vermelha e Reflexões Navais

O brega funk, o pop e o eletrônico se misturam na música calorosa de UANA.

Nome promissor, a cantora recifense estreia em um disco que revela sua presença de forma atual a partir de uma produção madura e refinada.

Apesar do título, o primeiro disco de UANA corresponde à sua ambição, transmitindo sua grandiosidade com muita consciência. O que torna tudo ainda mais potente.

Para quem gosta de: Luê, DUDA BEAT e Hiran

Melhores faixas: Esquina, Eu Tenho o Molho e Pena Que Acabou

Alguns projetos se engrandecem devido a sua brevidade. É como se tivéssemos a chance de testemunhar algo mágico acontecendo, sem saber quando veremos de novo. Como um cometa, ou um milagre. 

Em 2016, a dupla carioca lançou uma obra prima do dream pop brasileiro. Vozes etéreas dialogam com guitarras e reverbs para embalar canções marcadas por letras intencionalmente enevoadas.

Essa atmosfera turva, porém, encontra equilíbrio em uma produção despretensiosa, criando um disco que é acessível, mas não menos delirante.

Para quem gosta de: Monza, Real Estate e Viratempo

Melhores faixas: Mar de Vapor, Atlântico Lunar e Três da Tarde

Nada se mantém superficial no segundo disco da cantora baiana.

Luedji Luna mergulha em um disco profundo e introspectivo, mas absolutamente refinado. Embalada pelo jazz e pelo neo-soul, a artista reflete sobre o amor, a solidão e a ancestralidade através de uma poesia crua.

Ainda que marcado pela intimidade, Luedji Luna faz de sua introspecção um sentimento coletivo, acolhido por quem ouve.

Para quem gosta de: Xênia França, Gilsons e Rachel Reis

Melhores faixas: Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água, Origami e Chororô

Os primeiros versos da estreia de Nyron Higor surgem apenas na quarta música do álbum e não poderia haver decisão melhor.

O primeiro disco do músico alagoano é sem pressa e certeiro. Cada elemento se revela com um impacto comovente.

São sons, texturas e timbres que pairam entre o indie, o folk e a música brasileira

sem criar barreiras para um diálogo mágico entre gêneros.

Para quem gosta de: Bruno Berle, Lau Ro e MOMO

Melhores faixas: Estou Pensando em Você, São Só Palavras e Ciranda