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#18: sobre vozes, pelos e habilidades
uma edição para fãs de Lenine, Jadsa e Emicida

ajusta, ajusta, ajusta
já pensou que o cuidado com um instrumento é fundamental para que ele continue alcançando mais e mais pessoas? pois é, isso também vale pra gente.

Stefanie - BUNMI
Seria desonesto considerar o primeiro disco de Stefanie uma estreia, já que se trata de um nome presente na cena do hip-hop paulistano há décadas. Evidência de sua experiência é BUNMI, disco que entrega alguns dos melhores versos de 2025 e reforça sua autoridade através de uma seleção absurda de colaboradores. Resgatando a sonoridade do início dos anos 2000, num diálogo aberto com o R&B e pop, a cantora aborda, com elegância e afinco, temas como preconceito, desigualdade social, superação e resistência. Para quem gosta de: Kama, nabru e Negra Li Melhores faixas: PURO LOVE, POR UM FIO E MAAT |
Voices from the Lake - Voices from the Lake
Boa parte dos artistas que habita o território da música ambiente opta por explorar os detalhes e nuances como parte central de seus trabalhos. Voices from the Lake, porém, expande as possibilidades e maximiza o alcance de batidas e texturas em um disco que faz jus ao nome do projeto. É praticamente impossível não ser atingido pela sinestesia úmida e turbulenta da música feita pela dupla italiana. Para quem gosta de: Jefre Cantu-Ledesma, Ezmeralda e Emily A. Sprague Melhores faixas: Iyo, Mika + H.G.S. e In Giova |
Raíssa Spada - pelos pelos pelos
A voz é protagonista em um trabalho de essência íntima e potente. Arranjos econômicos dão as condições ideais para vocais expressivos se expandirem, tomando conta de toda atmosfera e garantindo que letras imagéticas ressoem ao ouvinte. Como resultado desse cuidado, nasce um trabalho que encontra em sua própria economia a potência poética para uma jornada catártica. Para quem gosta de: Nina Maia, Jadsa e Sessa Melhores faixas: Lava, Cê e Amarela |
ente - Voltarei A Ser Parte De Tudo
A psicodelia é o ponto de encontro no som de ente. A banda carioca plana por diferentes territórios a partir de uma atmosfera enevoada, mas não menos colorida. O jazz, o rock e o indie surgem como extensão natural de sua sonoridade, que evoca guitarras ruidosas, texturas flutuantes e camadas percussivas como pivôs de um som cheio de identidade. Intenso e vivaz, o disco convida o ouvinte para uma experiência integral, percorrendo sensações de um dia bem vivido. Para quem gosta de: Gumes, Lô Borges e Panda Bear Melhores faixas: sou novo no paraíso, eternamente sua e muska |
Jonathan Tadeu - Sapucaí
As letras confessionais de Jonathan Tadeu rasgam a pele dos ouvintes que se aproximam dos 30 anos. De essência pessoal e artesanal, o terceiro disco do cantor passeia por percepções, devaneios e memórias, embalado por guitarras nostálgicas e experimentações eletrônicas. A partir desse cenário, Jonathan Tadeu cria seu próprio ensaio a respeito de temas que lhe são importantes, como a passagem do tempo e as amizades. Para quem gosta de: Fábio de Carvalho, Vitor Brauer e Paira Melhores faixas: Rihanna, Março e Vamo Marcar de Sair |
César Lacerda - Porquê da Voz
Para sua estreia, César Lacerda nos reservou um espetáculo sofisticado e absolutamente brasileiro. O cantautor mineiro mistura ritmos e estabelece diálogos entre regiões para fazer sua própria investigação sobre a voz. Marcado por uma poética arrojada, César Lacerda responde à questão primordial de seu primeiro disco através de um discurso elegante e coeso. Para quem gosta de: Tom Custódio da Luz, Lenine e Zé Manoel Melhores faixas: Herói, Qualquer Pensamento Específico e A Dois |
Tulipa Ruiz - Habilidades Extraordinárias
A suavidade de trabalhos anteriores parece dar trégua em Habilidades Extraordinárias, álbum pautado por experimentações e uma sonoridade deliciosamente áspera. Ao flertar com o funk, a psicodelia e os ritmos da América Central, Tulipa Ruiz irrompe em uma poesia que soa como um rugido de vida e revolta. São canções que incorporam tudo ao seu redor para criar uma nova e impactante versão de si. Para quem gosta de: Livia Nery, Criolo e Céu Melhores faixas: Samaúma, Pluma Black e Vou Te Botar no Pau |
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Uma única música teria a força necessária para mudar de forma definitiva o mundo da música? Para alguns, isso pode soar exagerado. Para outros, apenas um recorte realista de algo que já aconteceu. Na Music Non Stop, Jota Wagner investiga os impactos de “Planet Rock”, a música de Afrika Bambaataa que redefiniu tudo.
de quem é a capa? 🤔
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até semana que vem!

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