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#19: sobre praias, bichos e baleias
uma edição para fãs de Clube da Esquina, Ana Frango Elétrico e DINGO

o nome da emoção
a intensidade não define a emoção. cantos sussurrados podem encantar tanto quanto vozes expansivas. o que, de fato, faz diferença é a verdade por trás das melodias.

clara bicho - Cores da TV
Despretensioso, jovem e livre, clara bicho dá vazão para pensamentos, que se desenvolvem em canções marcadas pela simplicidade. Com atmosfera caseira, toda a sonoridade — entre o pop e a MPB — colabora para reflexões autênticas ganharem forma em versos delicados, mas não menos instigantes. Entre momentos de completa vulnerabilidade e instantes de celebração, a cantora mineira faz da sua estreia uma interessante observação da juventude em descoberta. Para quem gosta de: Exclusive Os Cabides, Ana Frango Elétrico e Cafuné Melhores faixas: Árvores do Fundo do Quintal e Música do Peixe |
Pequeno Céu - Praia Vermelha
Você pode não ter feito essa pergunta, mas vai adorar a resposta. Como seria o encontro do afrobeat com Clube da Esquina? Quem responde é Pequeno Céu, com Praia Vermelha. Sem pressa, o segundo disco da banda mineira propõe diálogos únicos entre o jazz, o math rock, a psicodelia e o afrofunk. Trabalho minucioso que se engrandece a partir dos detalhes que, a todo momento, cintilam e encantam. Embora instrumental, não há espaço para papo furado. Cada arranjo, dinâmica, movimento, exerce um papel específico para nos conduzir a uma atmosfera onírica e escaldante. Para quem gosta de: Nômade Orquestra, Toninho Horta e Slvdr Melhores faixas: Jenny Lee, Paquistã e O Primeiro Louvadeus a Pisar na Lua |
morê - Pouco Tempo e Matéria
Morê faz de sua estreia em carreira solo uma verdadeira declaração de amor à música. Divertido, irreverente e elegante, o disco parece ter sido retirado diretamente do estúdio para os ouvidos. Em meio ao jazz, o soul e a estética hi-fi, é praticamente impossível não entrar na brincadeira do cantor carioca. Em um verdadeiro esforço criativo, timbres vintage e arranjos lapidados criam um cenário colorido e brilhante, como sugerido pela imagem que estampa o trabalho. Para quem gosta de: DINGO, Ed Motta e Donatinho Melhores faixas: Vallendo, Desapego e A Divina Química |
Baleia - Quebra-Azul
A estreia de Baleia, até hoje, é uma das mais impactantes da música recente. Encontrar outra banda que tenha criado sua própria identidade tão rapidamente não é tarefa fácil. O folk, o rock, a música brasileira e o prog se misturam para criar uma sonoridade madura, inventiva e declaradamente complexa, mas que convida o ouvinte a desvendá-la junto à banda. Essa maturidade também aparece em uma poesia densa, mas concisa, que aprofunda o esforço criativo do sexteto carioca. Para quem gosta de: Ventre, Dônica e Los Hermanos Melhores faixas: Casa, Sangue do Paraguai (Furo 2) e Despertador |
Antônio Neves - A Pegada Agora É Essa
Compositor e arranjador carioca, Antônio Neves desafia os limites entre o jazz e o samba em um disco impossível de ser ignorado. Em meio a colaborações com alguns dos nomes mais importantes da música brasileira contemporânea, Neves deixa sua marca em um misto de sagacidade e excelência. São faixas que passeiam por diferentes possibilidades e expressões da música instrumental, sempre com entusiasmo de sobra. Para quem gosta de: Ana Frango Elétrico, Robohands e Bruno Bruni Melhores faixas: A Pegada Agora É Essa, Summertime e Jongo no Feudo |
Florist - If Blue Could Be Happiness
A sinestesia toma novas proporções no segundo disco da Florist. Ao longo de 11 faixas, é possível ouvir o silêncio e o farfalhar de árvores em uma tarde fria, porém ensolarada. Guitarras singelas, baterias econômicas e baixos delicados se unem para criar uma atmosfera calma e acolhedora, que ganha força através da poesia orgânica que surge nos versos do álbum. São faixas que ilustram sentimentos profundos a partir da natureza, da luz, das cores e da fauna, numa tentativa de cristalizar a beleza que existe naquilo que foge do nosso controle. Para quem gosta de: Loving, Tomberlin e Howwdy Melhores faixas: Glowing Brightly, If Blue Could Be Happiness e Red Bird |
Giovani Cidreira - Japanese Food
O título da estreia do cantor aponta para vários caminhos. O destino, porém, é um só: o interior do artista baiano. Autêntica e inquietante, a personalidade de Cidreira está impregnada em toda a extensão de Japanese Food, disco que conquista seu próprio espaço ao unir a MPB, o rock, o indie e o vaporwave. Explorando a potência do cotidiano, a voz marcante de Giovani Cidreira é o fio condutor de um álbum que, assim como o artista, não tem medo de expor suas variadas dimensões. Para quem gosta de: Walfredo em Busca da Simbiose, CATTO e Illy Melhores faixas: Última Vida Submarina, Vai Chover e Festa de Judas |

Falei com Deus quase tudo,
No fim eu tava falando muito
Agora eu sento e só escuto
Mesmo que seja difícil, isso dispensa minha sorte
Nada é por acaso mesmo
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Se você ainda não conhece a música de Julia Mestre, pelo menos deve conhecer o meme criado por ela, quando se apresentou no programa Cultura Livre com o grupo Bala Desejo.
Agora, em carreira solo, a artista carioca acaba de lançar seu segundo disco "MARAVILHOSAMENTE BEM”. Envolto em uma atmosfera dançante e oitentista, Mestre nos convida a dizer sim para um trabalho maduro, charmoso e nostálgico.
O novo disco vem acompanhado de um filme, que você pode assistir abaixo.
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até semana que vem!

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