Guitarras estrondosas, baterias incansáveis e baixos impecáveis marcam o único disco de uma das bandas que mais deixa saudades na cena alternativa.

O trio carioca cria uma atmosfera empoeirada para ser o pano de fundo de uma sonoridade que transpira desejo e angústia.

São canções que criam um elo entre a nova MPB e o grunge de Seattle a partir de uma poesia dolorosa, porém, sedutora.

Para quem gosta de: Cícero, Nirvana e Lupe de Lupe

Melhores faixas: Quente, Peso do Corpo e Aperto e um Beijo

A estreia de Joaquim é intensa na mesma medida em que é elegante.

Com uma produção que valoriza a voz e o piano, o cantor paulistano encontra na reclusão o ambiente ideal para se entregar completamente em canções que revisitam relacionamentos e lembranças

Em meio ao jazz, blues e uma nostálgica MPB, Joaquim constrói sua identidade através de um jogo sinuoso de luzes e sombras, que revela-se de dentro pra fora.

Para quem gosta de: Ivan Lins, Rubel e Tim Bernardes

Melhores faixas: Falta, Plenamente Acordado e Calma

É bem provável que as minhas descobertas musicais favoritas de 2025 sejam do Amazonas. Não tô falando de um ou dois artistas, mas de uma fonte quase inesgotável de excelência e criatividade.

Victor Xamã é um desses nomes. Em “GARCIA”, o rapper manauara reafirma uma identidade única ao incorporar o pop, o R&B, o afrobeat e elementos regionais em seu rap.

Em meio a versos que evocam ambições, questionam a desigualdade e ainda encontra espaço pra falar de amor, o cantor apresenta toda sua lírica elegante ao lado de uma produção extremamente cuidadosa.

Para quem gosta de: BK’, Luedji Luna e Makalister

Melhores faixas: 

A foto que ilustra a estreia da norte-americana sintetiza bem a experiência do ouvinte ao longo das 10 faixas de “SASAMI”.

Em meio ao rock alternativo, a cantora se revela aos poucos, pisando cuidadosamente em temas como relacionamentos e conflitos internos, enquanto contemplamos o seu shoegaze sutil e arrebatador.

Embora seja seu primeiro disco, a capacidade da produtora em prender o ouvinte do início ao fim, em seu própria noção de tempo, mostra que estamos diante de um trabalho incontestavelmente refinado.

Para quem gosta de: Saya Gray, TORRES e Mitski

Melhores faixas: Free, Not The Time e Callous

A sonoridade enigmática de Forma Norte ganha força pela simplicidade dos elementos com que trabalha.

As guitarras melancólicas e sintetizadores etéreos, seu manuseio um tanto obtuso, as texturas orgânicas que ecoam em um ambiente pálido.

Em poucos minutos, “Forma Norte II” testa os limites da nossa percepção numa mistura de experimentalismos, música ambiente e rock alternativo.

Para quem gosta de: Adrianne Lenker,

Melhores faixas: Legea, Carrier e led us the road and starved on the way

A psicodelia toma conta do ar assim que “The Wheel Of Fortune” começa a tocar. O primeiro trabalho da chilena Mega Duus evoca uma atmosfera onírica e sinestésica para abordar o intangível.

Em meio a guitarras distorcidas, baterias vibrantes e uma voz potente, a artista reflete sobre a passagem do tempo, os ciclos que vivemos e nossa relação com o desconhecido.

São canções que parecem dissecar os próprios pensamentos de Duus num exercício de observação que requer muito mais do que a própria visão.

Para quem gosta de: Silvia Machete, Boogarins e Winter

Melhores faixas: Glow, Mindpool e Blood Red

A profusão de influências no som do quarteto paulistano parece inesgotável e fundamental pra sonoridade que apresentam em seu primeiro disco.

“Adorei Você” amplia o território do indie rock ao criar experimentações que se estendem ao pop, a psicodelia e jazz com uma assertividade notável.

Versando sobre interações humanas, família, amores e inquietações existenciais, Gumes nos presenteia com um disco conciso, mas não menos impactante.

Para quem gosta de: Terno Rei, Raça e Hovvdy

Melhores faixas: Como o Céu, Sábio e Caramba