Para seu terceiro disco, o artista francês decidiu partir em uma jornada interessante: compor apenas canções em português brasileiro (ou, como prefiro: em PTBR).

O resultado é fascinante e acompanhamos uma nova perspectiva da linguagem. Esse tema, é explorado em algumas das faixas do disco, que costura essa proposta a uma sonoridade deliciosamente nostálgica, entre o soul, a bossa nova e o indie.

É como revisitar cenários e lembranças a partir de um novo e curioso ângulo.

Para quem gosta de: Leonardo Marques, Nyron Higor e Fernas

Melhores faixas: Uma Canção Francesa, Beto Beto e Sob as Estrelas

A estreia das gêmeas Okereke tem um impacto que, às vezes, é difícil de explicar. 

Em parte, pela trajetória anterior na moda, mas também pela força dos versos que abrem as portas da discografia das rappers, “Diretoria” é um daqueles discos que ecoam mesmo após seu encerramento.

Partindo da mistura do rap, funk e trap, as irmãs ostentam atitude e autoridade em canetadas desconcertantes e flows arrojados.

Para quem gosta de: Ebony, Febem e Duquesa

Melhores faixas: Cheat Code, Lui Lui e Rouff

O duo de Sorocaba fez de sua formação econômica uma ótima potência criativa no primeiro trabalho de estúdio apresentado ao público, em 2018.

“Brinks” reúne referências do midwest emo, dream pop e indie rock para canções que encontram força em letras de profunda carga emocional, apesar das inusitadas escolhas líricas da banda.

Amizades, desilusões e o amadurecimento são temas que surgem de forma sincera e autêntica nas composições da dupla.

Para quem gosta de: Yuri e os Terráqueos, Cumbuca e Raça

Melhores faixas: Gameplay, Brinks e Calejadão

O bandolim mais punk que temos está de volta para um encontro marcado pela intensidade, virtuosismo e inventividade.

Hamilton de Holanda se une a Salomão Soares e Thiago Big Rabello numa sequência de músicas que criam uma intersecção entre a tradição do jazz e a sonoridade brasileira.

São faixas que passeiam por diferentes atmosferas — ora, cintilantes, ora soturnas —, mas sempre pautadas pela técnica impecável e sensibilidade criativa do grupo.

Para quem gosta de: Vanessa Moreno, Raphael Rabello e Amaro Freitas

Melhores faixas: 01 Byte 10 Cordas, Flying Chicken e Sol e Luz

A nostalgia, na música, costuma se relacionar com a sensação de algo empoeirado. Mas, o músico paraense explora o lado radiante deste sentimento no seu segundo disco.

Inspirado pelo R&B, pop e funk dos anos 90, Pratagy faz uma interessante costura sonora, trazendo frescor e originalidade para composições que falam sobre a passagem do tempo, amizades e desilusões amorosas.

Para quem gosta de: Bruna Mendez, Uiu Lopes e Pablo Vermell

Melhores faixas: Eu Posso Mudar, Fica e Restos do Amor

Com uma das capas mais bonitas deste ano, o retorno da cantora colombiana é desafiador. Pautado pela sonoridade clássica europeia, Lido Pimienta investiga temas como pertencimento e relacionamentos.

Em “La Belleza”, a artista apresenta novas formas de pensar arranjos e até mesmo o uso da voz,a partir de experimentações impulsionadas pela curiosidade.

O resultado é um trabalho fascinante, capaz de arrebatar o ouvinte pela simples contemplação.

Para quem gosta de: Juana Aguirre, Combo Chimbita e Férmina

Melhores faixas: Mango, Agora e Aún Te Quiero

A atmosfera onírica, marca do grupo mineiro, se intensifica até se tornar palpável em Dreaming Fully Awake.

Recluso, denso e hipnotizante, o disco se revela aos poucos, enquanto o folk psicodélico da banda aponta para novos diálogos com o indie rock e o soul setentista.

Em meio a um jogo de luzes e sombras, sensação reforçada pela belíssima capa do álbum, Moons registra o encanto de uma realidade difusa, mas que reserva belíssimas surpresas.

Para quem gosta de: Jennifer Souza, David Lynch e Nick Drake

Melhores faixas: No More Tears About It, Sweet and Sour e Nobody But Me