• Som Pra Tudo
  • Posts
  • Entrevista com Vinícius Lourenço (terraplana)

Entrevista com Vinícius Lourenço (terraplana)

Tem um comentário, no último clipe lançado pela terraplana, que me chamou muita atenção: I made this my new ringtone instantly,  2025 Terraplana are taking over”, diz a mensagem.

Eu acho que essa frase consegue sintetizar muita coisa. Mas três pontos ficam evidentes: 

  1. O quão arrebatador é o som da banda curitibana;

  2. Como o lançamento do seu próximo disco, natural, está sendo aguardado;

  3. Como eles tem se tornado um dos nomes mais fortes do rock alternativo, aqui no Brasil.

Tive a oportunidade de trocar uma ideia com o Vinicius Lourenço, guitarrista e vocalista da terraplana, sobre a produção do novo disco, a relação com o público e a expectativa para tocarem no SXSW deste ano. Confira.

Já são oito anos desde a estreia com "Exílio". O que mudou de lá pra cá? Tanto na sonoridade da banda, quanto na parceria entre vocês?

Acho que as coisas vão evoluindo de um jeito tão natural que a gente não percebe tanto exatamente o que mudou, ainda mais assim olhando de dentro. 

Óbvio que quando a banda começou, eu tinha 19 anos, então é claro que as coisas vão mudar porque vai acontecendo um amadurecimento pessoal na vida de cada um que influencia a forma como olhamos e fazemos música, a forma como lidamos com a vida e com a banda e tudo mais. 

Desde o início, nunca quisemos ficar fazendo só um tipo de som ou ser restrito ao shoegaze ou ao post-rock ou algo assim... Então, olho essa evolução sonora muito como uma banda aperfeiçoando sua identidade musical e também fazendo o que quer.

Porque não adianta fazer uma coisa pensando num resultado ou em outro, mas não curtir verdadeiramente. 

Acho que a parceria entre nós também evoluiu bastante nesse período, onde todo mundo começou a acreditar mais no potencial da banda e a viver essas experiências ao máximo. 

Como é a relação de vocês com o público? A galera é bem engajada nas redes e nos shows, né? Na sua opinião, a que se deve isso?

Acho que um pouco disso vem porque eu sempre fui muito de usar o Twitter. Então, quando a banda começou acho que criei uma presença lá que foi aumentando sozinha.

E também converso com praticamente todo mundo que vem conversar com a gente porque acho legal ouvir histórias das pessoas ou saber alguma aleatoriedade que queiram falar. 

Acho que isso não tem muito como dizer porque acontece. Acho que é uma mistura de um carisma, ali online, e no show, uma abertura pras pessoas se sentirem à vontade ou sei lá. Mas é isso, nunca foi algo pensado, só aconteceu naturalmente.  

O primeiro single de "natural" traz refrões mais melódicos, baterias velozes, e guitarras mais abertas. O que podemos esperar do novo disco e quais foram as principais influências?

A gente fez uma playlist de influências do álbum e ela tá fixada no nosso perfil do Spotify, pra quem quiser se aprofundar mais nisso. 

Acho que o novo disco tá bem mais amplo que o anterior. Tem muitos climas diferentes do último álbum e diferentes entre si também. 

A gente acredita que cada vez mais tem conseguido trazer uma identidade própria da banda pra tudo que a gente faz, seja a música propriamente dita ou nas coisas que envolvem isso, videoclipes, fotos, o visual, etc. 

Embora "natural" seja o segundo disco da banda, vocês já conseguiram construir uma identidade bem marcante. Existe uma preocupação em equilibrar essa identidade já consolidada com novas experimentações?

Mais ou menos. Hoje vejo que tudo que a gente fizer junto vai ter nossa identidade, porque somos nós fazendo e é impossível não colocar a sua própria personalidade em algo que você está criando do zero. E também não queremos de nenhuma forma ficar presos ao que a gente já fez anos atrás.

O novo disco sai dia 11 de março e vocês já estarão na gringa pra tocar no SXSW. Como rolou esse convite e qual a expectativa pra esse rolê?

O SXSW é um festival que possibilita que pessoas do mundo inteiro se conectem lá, então sempre foi uma coisa que a gente queria que acontecesse em algum momento. 

A gente apresentou nosso álbum, que nem estava 100% pronto na época, e eles nos convidaram. Estamos muito ansiosos pra tocar lá, conhecer bandas, gente nova e possivelmente abrir portas pra novas oportunidades dentro e fora do Brasil.

Além de, obviamente, voltar pra cá com essa experiência e, com certeza, o aprendizado que vamos ter lá. 

Pra fechar: o que você têm mais ouvido recentemente? 

De coisa nova, tenho ouvido Eterna, Quannic, Oklou e Double Virgo. Mas to muito viciado em Beatles e no John Lennon já faz um ano. Inclusive, talvez, tenha sido minha maior influência pra esse álbum. 

“natural”, segundo disco da terraplana, sai no dia 11 de março, pela Balaclava Records e já dá pra fazer pre-save nas principais plataformas de streaming.

Obrigado por acompanhar a som pra tudo, a sua curadoria musical em forma de newsletter. Me marca no instagram e indica a news para mais gente. Bora interagir por lá?